Sandra Eliane Radin
Algumas décadas passadas fiz uma viagem de 68 dias pela Europa incluindo um infindável números de países e cidades. Quando se é jovem se tem muita pressa de viver e contabilizar feitos.
Lembro do Jardim Exotique, no Principado de Mônaco, de beleza rara, formado por milhares de cactos e suculentas. Um charme que vai além da realeza e da Fórmula 1.
Anos mais tarde, fui a Fernando de Noronha e, mais uma vez, experimentei êxtase e perplexidade. Resolvi começar a elencar as sete maravilhas naturais do mundo sob a minha ótica e, talvez presunção. Já tinha duas: o Jardim Exotique e Fernando de Noronha. Seguiria critérios norteados pelo meu coração e pela adrenalina que experimentava toda a vez que algum lugar me arrebatasse. Não tinha a menor pressa em completar a lista. Sabia que cedo ou tarde os lugares a serem escolhidos iriam se apresentar a mim de uma forma ou outra.
Em 2019, na Eslovênia, cerca de 50 quilômetros da graciosa Libijiuana , encontrei a terceira maravilha da minha lista, a Postojna Cave, ou ela me encontrou. Complexo de cavernas e rios que sussurram, pedem silêncio e reverência. Salões deslumbrantes a ostentar magníficos lustres (estalactites e estalagmites) esculpidos pela ação da natureza. Ao me deparar com um cenário de contos de fadas disse baixinho - Aqui é o mundo mágico onde o invisível perpassa o visível.
Percorri a gruta através de degraus, passarelas, túneis e fui me deslumbrando a cada nova galeria , salão ou formação rochosa cárstica que desfilavam perante os meus olhos em cores e tipos diferentes. Destacaram-se o Salão de Concertos, Arranha-céu , Calvário e a Passagem Brilhante onde repousa deslumbrante a famosa estalagmite, símbolo das cavernas Postojna. Ela é de um calcário branco brilhante em cinco metros de altura.
Me atrevo a afirmar que esse lugar mágico tem a capacidade de hipnotizar e despertar o poeta adormecido que habita o mais insensível dos homens. As cavernas possuem 100 espécies de animais. Senti medo. O medo deu lugar ao encantamento. Parecia estar entrando em uma aventura na Disney ou Universal.
Em alguns momentos destas duas horas que passei dentro da caverna senti vontade de me beliscar, pensava estar meio a um sonho ou devaneio. Estava acordada, atenta a todo esplendor presente naquela gruta.
Aventurar-se por entre labirintos e salões, descobrindo diferentes formações rochosas foi um presente recebido do Dragão de Libijuana para que eu fosse conhecer seu primo distante - o dragão bebe - numa expedição de estonteante beleza.
Tudo é grandioso e indescritível. Ficará tatuado em minha retina.
E assim, pude acrescentar mais um lugar a minha lista das sete maravilhas naturais.
Fico na expectativa da quarta.
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